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“Como eu criaria uma agência hoje?”
Essa pergunta ecoou no Instagram do Fábio Ricotta, CEO da Agência Mestre. Em um vídeo curto, o profissional traz alguns insights sobre aprendizados que teve ao iniciar a agência há oito anos. Na verdade, Ricotta abriu uma discussão que se prolonga entre os empreendedores do mercado de agências, mesmo aqueles que ainda não efetivaram formalmente o seu negócio: como crio um agência de sucesso?
Frequentemente, nas minhas conversas com grandes agências digitais, escuto sócios e diretores trazendo discussões de posicionamento de mercado, identidade organizacional ou visão estratégica para o crescimento. De um lado temos as — ainda — agências pequenas, que têm como inspiração os grandes players; do outro lado, esses players já estão pensando o que fazer depois para continuar crescendo.
É fato que a massa do mercado de agências no Brasil é formado pelas pequenas agências, como mostrou o Panorama de Agências Digitais. Isso quer dizer que temos um grande volume de negócios movimentando e transformando a economia digital diariamente.
E, ainda assim, a pergunta para todos continua no ar: qual o próximo passo para o meu negócio?
O modelo de negócios das agências
Inúmeras discussões sobre o “modelo de agência ideal” já foram e continuam sendo debatidas. Na minha opinião, de quem já passou pela operação e gestão de agência digital e diariamente ajuda outras agências a terem eficiência, acredito que não encontraremos (ainda) esse modelo ideal. E talvez aí esteja a beleza (e desafio!) desse negócio.
As agências não são pré-moldadas ou tão bem definidas em termo de estrutura e operação quando outros modelos de negócio, como um escritório contábil ou advocacia. Vejo agências que trabalham somente com freelas e outras que possuem equipes internas, mas de qualquer maneira esse critério não se demonstrou tão determinante no sucesso dos negócios.
O que pode garantir a sustentabilidade de agências em 2, 5 ou 10 anos vai ser justamente a adaptabilidade no mercado e o compromisso com os resultados dos clientes. Por isso, agências que possuem líderes com visão empreendedora, resiliência e o desejo de transformar tendem a crescer mais rápido.
Ecossistema de economia digital
Parece clichê, mas o advento do mundo digital está (finalmente) inserido em todo o mercado no país. O que antes era promessa de futuro, hoje é realidade e necessidade de sobrevivência para muitos negócios. É por isso que surgem tantas agências pequenas espalhadas de norte a sul: a demanda está aumentando exponencialmente.
Porém, com tanta demanda e necessidades específicas, surgem muitas agências que não encontram um posicionamento mais claro e tentam abraçar todo tipo de segmento ou serviço. Em um curto espaço de tempo, tais agências precisam se remodelar muito rápido por custos ou baixa lucratividade, o que pode ser mais difícil do que já nascer focado em uma oportunidade de mercado.
Quando olhamos todo o ecossistema de economia digital, percebemos a variedade de empresas (de agências as MarTech) e como elas se conectam para manter a “máquina girando”. Isso nos faz perceber o quanto somos pequenos, mas importantes para manter o grande mercado alinhado.
Pensemos então como nos encontramos e posicionamos neste ecossistema:
Caso 1
Se você veio do mundo de Assessoria de Imprensa, por exemplo, e decidiu desbravar o modelo de agência digital, é natural que o seu core possa ser o conteúdo. Do mesmo jeito que outras agências possam ter em seu core o design, performance ou tecnologia. E daí fica uma provocação: por que não trabalhar em conjunto, em uma espécie de rede, onde tais agências mais especializadas se retroalimentam enquanto negócio?
Caso 2
Talvez você seja um daqueles casos que se formou, por exemplo, em nutrição, mas se apaixonou por marketing e encontrou o sócio(a) para montar uma agência. Naturalmente vocês possuem uma adesão maior a prospectar e trabalhar com mercado de saúde. Por que não então nichar o mercado que possuem maior aderência e conhecimento?
Caso 3
Temos até casos de empresas de serviço de TI que migraram para serviços de Marketing Digital, mas ainda ficam confusas em como se posicionar. Por que não aproveitar o conhecimento em tecnologia e anabolizar o lado criativo que as agências trazem aos seus clientes?
Os exemplos acima são só algumas, das inúmeras tendências e oportunidades de mercado que o ecossistema de agências digitais permite. Dizer para você qual o melhor ou pior não depende de mim, mas sim de você encontrar a identidade do seu negócio.
Você já encontrou o posicionamento da sua agência?
Reconhecer uma identidade e se posicionar é mais difícil do que muitos empreendedores acreditam, mas é o ponto de partida para desdobrar o modelo de negócio da sua agência.
Por isso, deixo algumas provocações para você:
- Pare e reflita por um momento: quais palavras representam o teu negócio (conteúdo, design, estratégia, resultados?)
- Como tais palavras se conectam para entregar a proposta de valor da sua agência?
- Se te pararem na rua agora e perguntassem: “em uma frase, do que se trata a sua agência?” O que você diria?
- Em pelo menos 2 anos, como você vê o seu negócio?
Juntando as respostas das perguntas acima, posso ver pelo menos dois caminhos: ou abri ainda mais interrogações sobre o seu modelo de negócio, ou você consegue enxergar melhor o core da sua agência e onde está (ou deveria estar) posicionado.
Sem dúvida, há muito mais a se pensar e planejar agora, mas o primeiro passo para mantermos sua agência em ascensão já foi dado. A questão agora é: qual o próximo?