O que é Black Hat SEO e 10 técnicas que você não deve usar

Descubra o que é Black Hat, conheça as 10 principais técnicas e as punições do Google para sites que utilizam

Ewerton Silva
Ewerton Silva22 de maio de 2017
Semana da Transformação Digital

Em vez de ler, que tal ouvir o post? Experimente no player abaixo:

Você já precisou do “jeitinho brasileiro” para resolver algum problema?

Quando o Google surgiu, no final da década de 1990, os sites mais bem posicionados na página de resultados estavam lá por suas palavras-chave e também por links apontando para eles.

Rapidamente alguns desenvolvedores identificaram “jeitinhos” de SEO para enganar as ferramentas e posicionar seus sites no topo dos resultados.

Essas técnicas são conhecidas como black hat SEO, em alusão aos filmes western, onde os bandidos geralmente usavam um chapéu preto.

Nessa época, sites que utilizavam técnicas de black hat incluíam várias palavras-chave e links para os sites e assim conseguiam as melhores posições no ranking. Mas toda essa atenção dos usuários também virou os holofotes do Google para esses sites e suas técnicas.

Desde os anos 2000 o Google vem atualizando seu algoritmo constantemente para identificar técnicas que tentam manipular seus resultados, punir sites que fazem uso delas e também priorizar sites que ofereçam conteúdo de qualidade e relevante para a busca do usuário, tornando a corrida pelas primeiras posições cada vez mais justa. Você pode acompanhar todo o histórico de atualizações do algoritmo do Google nesta página da Moz.

Além disso, o Google também possui suas Diretrizes para Webmasters, com dicas para facilitar a indexação do seu site no buscador, práticas para seguir e lista das técnicas para evitar. Basicamente, por meio de suas diretrizes, o Google explica que você precisa criar um conteúdo de qualidade e focado nos usuários.

Assim, podemos definir black hat como:

Técnicas agressivas de SEO que não seguem as diretrizes dos buscadores e tentam manipular suas regras, com objetivo de obter grandes resultados em pouco tempo e correndo risco de receber punições.

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Quais são as principais técnicas de black hat SEO?

Pelas frequentes mudanças no algoritmo do Google e em seus fatores de rankeamento, várias técnicas black hat surgem e também são praticamente extintas com o passar do tempo. As técnicas mais conhecidas atualmente são:

Keyword stuffing

Uma das primeiras técnicas de black hat utilizadas para tentar manipular o Google, a estratégia consiste em incluir uma palavra-chave em determinada página o máximo de vezes possível, na tentativa de aumentar a densidade de palavras-chave da página e mostrar relevância aos buscadores.

Isso inclui o próprio conteúdo, seu título, meta tags e até o texto alternativo de imagens.

No exemplo acima é possível identificar várias vezes o termo “e-commerce brasil”, possivelmente na tentativa de posicionar a página nas primeiras posições para essa busca.

Ao calcular a densidade da palavra na página (porcentagem de vezes que o termo é usado), o resultado é que “e-commerce brasil” possui uma densidade muito alta, superior a 7%.

A equipe do Google percebeu que muitos sites estavam abusando da aplicação de palavras-chave nas páginas com o único objetivo de conseguir as primeiras posições, e também que o número de vezes que a palavra-chave aparece no texto não é uma garantia de relevância.

Desde meados de 2000 o Google vem diminuindo a relevância da densidade da palavra-chave na página e até penalizando seu uso em excesso. Com a atualização do Panda, muitos sites acabaram perdendo posições e tráfego pela prática de keyword stuffing e tiveram que correr atrás do prejuízo.

Para passar longe dessa técnica e até evitar uma penalização, a recomendação é produzir os textos com naturalidade, mantendo a densidade da palavra-chave da página em 2% ou menos, e também priorizar o uso de sinônimos. Antes de publicar a página, leia e solicite a leitura de outras pessoas para garantir um texto com mais qualidade.

Conteúdo oculto

Outra técnica antiga de black hat que também já fez muito sucesso era uma forma de inserir mais palavras-chave, outros termos relevantes e links somente pensando nos buscadores, sem mostrar nada ao usuário.

As formas mais comuns de empregar essa técnica são:

  • Aplicar o texto na mesma cor do fundo do site;
  • Reposicionar o texto para fora da página via CSS;
  • Alterar o tamanho da fonte para o.

O Google tem todas essas formas de ocultar conteúdo mapeadas há algum tempo e consegue identificar e penalizar facilmente sites que utilizam essa técnica. A regra aqui é nunca incluir "Conteúdo oculto" na sua estratégia SEO.

Conteúdo duplicado

Você conhece a frase “nada se cria, tudo se copia”? No caso do conteúdo das páginas do seu site, esqueça. Isso porque, para o Google, conteúdo bom é conteúdo original. Qualquer página que tenha um conteúdo idêntico a outro já publicado é considerado um conteúdo duplicado.

Muito se discute entre webmasters se realmente há uma penalização por isso, mas o fato é que, quando existem conteúdos semelhantes online, o Google vai priorizar apenas um para exibir ao usuário, geralmente o que foi publicado primeiro, e ocultar as cópias dos resultados de busca.

Somente se você copiar conteúdo de maneira excessiva, ou tiver uma automação para copiar conteúdo de outros sites, você será considerado SPAM e certamente será penalizado por isso.

Vamos ver o que a equipe do Google tem a dizer sobre o assunto:

Por esses motivos, evite copiar conteúdo de outros sites, principalmente concorrentes, pois na maioria das vezes você vai estar fazendo um favor a eles, já que o Google vai optar por exibir o conteúdo original sobre o assunto, que não será o seu.

Opte por outros conteúdos relevantes para o seu negócio como referências para fazer algo melhor e mais completo.

Além de não copiar conteúdo de outros sites, são necessárias algumas configurações no seu próprio site para corrigir problemas comuns que podem ser considerados conteúdos duplicados, como paginação do site, conteúdos semelhantes e uma versão mobile do site, por exemplo.

Cloaking

Camuflagem, em tradução literal, é a técnica em que o desenvolvedor configura para que uma página seja exibida de uma forma para os robôs dos buscadores, responsáveis pela leitura e indexação da página pelas ferramentas, e de outra maneira para os usuários, definindo isso por meio da tag user-agent.

A página que é exibida para os robôs é feita somente com o objetivo de ganhar posições no ranking e utiliza todas as técnicas possíveis para isso, sem a necessidade de se importar com usabilidade.

Já a página que é exibida para o usuário é totalmente diferente, em geral sem muita relevância e de baixa qualidade. Ao aplicar essa técnica, o site será penalizado pelo Google Penguin!

Doorway page (ou gateway page)

É uma técnica que também explora cloaking, porém aqui são criadas várias páginas focadas no acesso de robôs, cada uma otimizada para uma palavra-chave específica. E, quando o usuário acessa, encontra um conteúdo totalmente genérico e algumas vezes sem nenhuma conexão com o que foi buscado.

Em 2015 o Google lançou uma atualização no algoritmo específica para identificar e penalizar sites que exploram a Doorway page.

Linkfarm

É literalmente uma “fazenda de links”, em que todos os participantes geram links entre si, na tentativa de melhorar o pagerank de todos os sites.

Não é muito difícil identificar sites que ainda utilizam a Linkfarm: eles possuem o conteúdo como todos os outros, porém repleto de links para sites sem nenhuma relevância.

Tal prática fez muita diferença na época em que só o pagerank importava, levando sites de baixa qualidade para o topo do Google. Porém agora tudo o que ela vai gerar é uma penalização do Google.

Private Blog Networks (PBN)

PBN é uma rede composta de vários blogs e sites que geram links para o site que precisa subir no ranking do Google.

Os sites presentes na rede geralmente têm uma boa autoridade online, pois são domínios antigos que expiraram, voltaram para o mercado e foram adquiridos para esse objetivo. Existem diversos sites e até empresas focadas somente nisso!

Como o algoritmo do Google está cada vez mais inteligente e rígido, desenvolvedores e proprietários de sites estão aprimorando essa técnica para evitar uma punição (que pode ser até a exclusão do Google).

Para isso, tomam certos cuidados na hora de criar ou contratar uma PBN, como garantir que os sites usem diferentes CMSs e registrar os domínios no nome de pessoas ou empresas diferentes.

No início de fevereiro de 2017 houve uma grande atualização no Google Penguin, com o objetivo de melhorar ainda mais a detecção de PBNs, gerando quedas bruscas de tráfego de diversos sites que usavam essa estratégia.

Links pagos

Basicamente, o objetivo é pagar para um site gerar um link para você. E isso não se aplica somente a dinheiro, mas também oferecer um desconto no produto ou uma vantagem na empresa, por exemplo. Qualquer link gerado só por uma recompensa é considerado link pago.

Confira a opinião de Matt Cutts, ex-coordenador do time de webspam do Google e uma das maiores referências em SEO do mundo:

De todas as técnicas, essa é a mais difícil de ser identificada pelo algoritmo do Google, pois não tem como o Google descobrir se você conversou com um amigo em um café e pagou para ele incluir um link para o seu site.

Para evitar ao máximo essa técnica, o Google analisa também a relevância existente entre os sites. Não é algo natural um ecommerce de sapatos gerar um link para o site de um açougue, concorda?

Outro acompanhamento do algoritmo do Google que pode identificar essa e outras estratégias é quando um site começa a obter vários links do dia para a noite. Isso com certeza é um indício de black hat e esse site passa a ser acompanhado de perto.

A recomendação é não aderir a essa estratégia já que, como ela é mais uma forma de driblar os buscadores, também é passível de punição. Se você já toma atitudes como essa, não se assuste se chegar um momento que seu tráfego orgânico despencou, pois é um risco que você está correndo.

Lembrando que conteúdo publieditorial também é considerado link pago, exceto quando é incluída a marcação nofollow nos links, indicando aos robôs dos buscadores que não deve ser passada nenhuma autoridade para aquele site.

Blog SPAM

Você já viu comentários totalmente irrelevantes em blogs e fóruns, somente com o objetivo de incluir um link? Essa é mais uma tentativa de se obter autoridade e tráfego de uma forma mais fácil. Existem até ferramentas desenvolvidas somente para distribuir links nesses locais.

É uma prática que já foi muito comum para tentar melhorar o pagerank, porém caiu em desuso com a inclusão da tag nofollow nesses espaços, indicando para os robôs dos buscadores que todos os links inseridos no local não devem receber nenhuma autoridade.

Hoje a única vantagem que ainda existe ao incluir um link em comentários e fóruns é a geração de tráfego e até a possibilidade de geração de Leads com isso. Nesse caso, se o link for relevante para a discussão no fórum ou para os comentários do conteúdo, incluir um link nesses locais pode trazer resultados positivos.

SEO negativo

Alguns webmasters optam por não aplicar técnicas de black hat para o próprio site, mas sim por prejudicar os concorrentes com técnicas de SEO negativo (também conhecido como negative SEO).

Essa técnica consiste em incluir comentários e avaliações negativas no site e no Google Meu Negócio dos concorrentes e até gerar diversos links de baixa qualidade para seus sites (chamados links tóxicos), para gerar uma punição dos buscadores.

Felizmente o Google disponibiliza algumas formas de contornar essas atitudes. As avaliações irregulares no Google Meu Negócio podem ser denunciadas ao Google e têm grandes chances de serem removidas.

O Google Search Console também disponibiliza a ferramenta Disavow Links, com a qual é possível incluir uma lista de links tóxicos do seu site, indicando que você não quer receber esse link e removendo qualquer vínculo (o link para seu site vai continuar lá, mas ele não será prejudicado por isso).

Quais são as punições do Google

Caso você não siga as diretrizes do Google, seu site poderá receber uma punição, que varia de acordo com a gravidade da infração — determinada pelo volume de irregularidades e pela sua influência sobre o desempenho do site.

As possíveis punições são:

  • Queda de 30 posições no ranking;
  • Queda de 50 posições;
  • Queda de 950 posições;
  • Banimento do Google.

Dessa forma, caso seu tráfego orgânico caia de uma hora para outra, existem grandes chances de você ter recebido alguma punição.

Como testar se o site foi punido pelo Google?

  1. Verifique no Google Search Console se você recebeu uma mensagem ou se existe alguma informação na área “Ações Manuais”;
  2. Acesse o Google e busque por “site:www.seusite.com.br”. Apareceu algum resultado? Se não apareceu (ou a resposta trouxe apenas a home) você provavelmente foi banido do Google;
  3. Ao buscar pelo nome da sua empresa no Google, seu site ainda está bem posicionado? Se não está, é provável que tenha recebido uma punição;
  4. Procure no Google por termos específicos de páginas que você costumava ter bom posicionamento e verifique se elas ainda continuam entre a primeira e a segunda página. Caso contrário, há grandes chances de você ter sido punido.

Se nenhum desses passos apontou uma punição, provavelmente você perdeu relevância com alguma atualização do Google ou por um aumento de concorrência. Nesse caso, a única coisa a fazer é melhorar sua estratégia de conteúdo e SEO para recuperar seu site.

Foi punido pelo Google? A primeira providência é identificar e remover o que causou a punição (principalmente se você usou alguma técnica black hat). Em seguida, você pode fazer um pedido de reconsideração ao Google para tentar reverter a punição.

Conclusão

Agora que você já conhece as principais técnicas de black hat e todos os problemas que podem surgir com a prática, acredito que você queira passar longe delas, correto?

Só para registro, em março desse ano uma nova atualização chamada Google Fred derrubou vários sites que possuíam conteúdo escasso e estavam bem posicionados devido a outros fatores (muitos utilizavam black hat).

Usar as técnicas white hat (que seguem as diretrizes do Google) com certeza dá mais trabalho e leva mais tempo para obter os resultados, porém é uma garantia de não sofrer punição lá na frente e ver todo o trabalho jogado fora.

Para começar, que tal iniciar uma estratégia de geração de links que realmente funciona e não oferece riscos? Confira um conteúdo completo sobre link building.

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Já fez black hat, conhece outra técnica ou já recebeu alguma punição? Compartilhe sua experiência nos comentários.

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Ewerton Silva

Ewerton Silva

Quem escreveu este post

Especialista em SEO, é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade do Vale do Itajaí e trabalha com Marketing Digital desde 2011. Com frequência palestra sobre SEO e Marketing Digital e é instrutor do curso de SEO na RD University.

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