Por que comprar listas de emails é uma grande furada

André Siqueira
André Siqueira26 de fevereiro de 2013
Semana da Transformação Digital

A compra de listas de emails está entre as formas supostamente menos trabalhosas de começar no marketing digital e, talvez por isso, continue sendo feito mesmo que muita gente já saiba que não é uma prática recomendada.

“Se todo mundo faz, eu também posso” ou “tem tanta gente na lista que vale a pena, não é possível que alguns não se interessem pelo meu negócio” estão entre as principais justificativas para a prática.

Nesse post esperamos mostrar, definitivamente, por que não vale a pena investir nesse tipo de coisa:

eBook gratuito: O Guia do Email Marketing

Tudo o que você precisa saber para fortalecer o relacionamento com clientes e gerar resultados de negócio

  • Sua inscrição é gratuita
  • Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de privacidade.

* Você pode alterar suas permissões de comunicação a qualquer tempo.

As pessoas não conhecem e não demonstraram interesse em sua empresa e seus produtos

Essas pessoas não fazem ideia de como sua empresa conseguiu o email delas. Isso causa uma impressão muito ruim no recebimento.

Antigamente o envio acabava tendo menos impacto negativo por três motivos. O primeiro é que não tínhamos que lidar com tantas informações (emails, mensagens, posts em mídias sociais) como temos hoje e, nesse sentido, qualquer mensagem não autorizada a mais é um incômodo, uma interrupção mal vista e que não condiz com as boas práticas de Inbound Marketing. Isso, por si só, já faz com que os resultados sejam decepcionantes.

O segundo motivo é que vimos a explosão das mídias sociais, que deram voz e poder ao consumidor. Hoje a empresa fica mal vista não só por quem recebeu o SPAM como também por todos os amigos dessa pessoa caso ela use seu perfil para reclamar.

O terceiro é que os serviços de email estão ficando mais inteligentes. Há uma boa chance de muitos usuários marcarem sua mensagem como SPAM e, ao fazer isso, a reputação da empresa fica prejudicada. Dessa forma, os próximos envios de email marketing têm grandes chances de cair direto na caixa de SPAM, e mesmo as pessoas que gostariam de receber algo da sua empresa não verão o seu email. É impressionante como até diversas marcas grandes não percebem esse efeito colateral.

As listas geralmente possuem qualidade muito ruim

Os emails que estão em uma lista comprada geralmente são os piores possíveis. Pessoas que têm seu endereço nessas listas muito provavelmente recebem emails de diversas outras empresas que também compraram endereços. Nesses casos, é bem maior a chance de seu email se perder entre os outros ou mesmo ser marcado como SPAM, como já indicamos.

Além disso, geralmente essas listas têm muitos emails que não existem ou que foram desativados. Ao incluir esses emails na lista e fazer o envio, os serviços de disparo disponíveis no mercado já identificam o “erro” e interpretam como um sinal claro que a lista não é atual ou que foi construída com qualidade. Resultado: sua empresa vai para grupos com o rótulo de baixa reputação, e para os próximos disparos o serviço usará uma infraestrutura que já está "queimada".

Por fim, geralmente a qualidade é ruim em termos de público alvo também. Para “engordar” a lista e tentar fazer ela valer mais, são incluídos todo tipo de email e acabam entrando perfis que não possuem qualquer relação com o negócio da sua empresa.

Nenhum serviço de email marketing com reputação confiável vai autorizar o envio

Já falamos como funcionam os filtros anti-spam dos serviços de email.

Em função dos dois tópicos que apresentamos anteriormente, as listas compradas apresentam taxas de marcação de SPAM e de erros de entrega muito altas, o que prejudica a reputação do servidor de envio.

Sabendo disso, esse tipo de serviço sempre proíbe a importação de listas compradas, procurando garantir sua reputação e qualidade na entregabilidade. Portanto, de duas uma: ou o serviço não vai autorizar o envio, ou então autoriza tudo, mas em função de permitir essa prática seus servidores já devem ter uma reputação ruim com os provedores de email, e portanto, terão uma entregabilidade baixa.

Obs: Há quem acredite que possa enganar as ferramentas, dizendo que a lista é própria e não comprada. Os melhores serviços de email marketing têm mecanismos para identificar isso: o envio de email é feito aos poucos, em lotes pequenos, e com resultados ruins a campanha é interrompida.

Drible a compra de listas, crie uma própria da sua empresa

Embora seja mais trabalhoso, vale muito a pena investir na criação de uma lista própria. Crie algumas iscas para captar emails de pessoas interessadas e colha vários benefícios:

Lista extremamente qualificada

Todas as pessoas estão na lista porque conhecem a sua empresa e deram a autorização. Os resultados de abertura e cliques tendem a ser consideravelmente melhores nesse tipo de caso.

Barreira competitiva

Essa lista qualificada é um ativo de marketing que funciona como barreira para os novos competidores. Eles podem tentar copiar o produto ou os serviços, mas vão demorar muito para ter uma lista (e portanto, um relacionamento com tantos potenciais clientes) quanto a sua empresa.

Independência e economia

Sua empresa consegue mais consistência e não precisará depender da compra de listas para obter resultados em email marketing.  A independência já é boa por si só, mas fica ainda melhor quando lembramos que é gratuita.

Obs. Em um post futuro daremos orientações de como "esquentar" uma lista que foi construída de forma ética pela própria empresa mas que contém emails que estão inativos há muito tempo.

André Siqueira

André Siqueira

Quem escreveu este post

Co-fundador da Resultados Digitais, líder de automação de Marketing na América Latina e nos 8 primeiros anos da empresa liderou a criação e escalada da área de Marketing, tida como referência no Brasil. Do Marketing partiu para uma nova unidade de negócios, focada no desenvolvimento de um produto de educação. Pela RD se tornou também Empreendedor Endeavor e recebeu os prêmios de Empreendedores do Ano pela Endeavor (2017) e pela Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios na categoria serviços (2015). Também foi eleito um dos Forbes Under30 em 2019. Formado em administração pela Universidade Federal de Santa Catarina, foi professor de marketing digital na pós gradução da PUC RS, Be Academy, Estácio (SC) e Sustentare. Também foi eleito o profissional do ano em Inbound Marketing três vezes consecutivas pelo Prêmio Digitalks (2016, 2017 e 2018).

Veja também

Marketing
Qualificação de Leads: aprenda com a Digital Air a qualificar Leads e conquistar clientes para sua agência de marketing
Marketing
Taboola: como anunciar usando essa plataforma de native ads
Marketing
Assessoria de imprensa: o que é, como fazer e como contratar [BÔNUS: dicionário do jornalismo]