Como definir a melhor estrutura de domínios internacionais para o site da sua empresa

Veja o que é importante saber para fazer a escolha entre ccTLD, subdiretório ou subdomínio

Ewerton Silva
Ewerton Silva25 de fevereiro de 2019
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Olhando para trás, como foi a decisão para criar o domínio do site da sua empresa? Provavelmente não foi muito difícil: nome da empresa + .com.br ou .com. Essa escolha é praticamente automática, pois a maioria dos sites nacionais seguem esse formato.

Mas, assim como a Resultados Digitais, várias empresas brasileiras estão expandindo para outros países, principalmente para a América Latina. E na hora de definir como vai ficar a estrutura do site para outros idiomas e/ou países, o que fazer?

Manter a estrutura da mesma forma não é uma opção, já que não faz nenhum sentido um site para o México com estrutura .com.br, por exemplo. Não faz sentido para o público, e muito menos para o Google.

Aqui começa a maior dor da expansão internacional quando falamos em SEO: qual a melhor estrutura do domínio para outros idiomas/países? Se você chegou nessa dúvida, você não está sozinho. Já passamos pelo mesmo problema. E o primeiro passo para resolver isso é, ironicamente, dar um passo para trás.

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Antes de olhar para o domínio, é preciso olhar para a estratégia

Estamos falando da estrutura do site para a expansão, mas um ponto essencial que deve estar muito claro para essa definição é a estratégia de expansão internacional da empresa. Precisamos responder algumas perguntas antes de definir nossa estrutura de domínio:

  • A estratégia de expansão da empresa é focada em idiomas ou países?
  • A expansão é um caminho sem volta ou será apenas “um teste”?
  • O foco será somente nos destinos já escolhidos ou temos novos países/idiomas em um segundo momento?
  • O que dá para fazer com a estrutura do site atual?
  • Haverá mais recursos para melhorar a estrutura?

Por outro lado, ter as respostas a seguir vai impactar diretamente na escolha da estrutura de domínios:

  • Se a expansão é somente por idiomas ou apenas um teste, podemos descartar o uso de ccTLD;
  • Se já temos países definidos até um segundo momento, é possível verificar a disponibilidade dos domínios com ccTLD de todos os países;
  • Se não teremos mais recursos para a estrutura, também podemos descartar ccTLD;
  • Alinhar com o time de T.I. quais são as possibilidades com a estrutura atual é essencial para um alinhamento de expectativas (não adianta planejar o uso de subdiretórios, se a estrutura atual não contempla isso).

Com todos esses pontos definidos, partimos para a definição de estrutura de domínios do site.

ccTLD (www.resultadosdigitais.com.br)

ccTLD (country code top-level domain) provavelmente é a estrutura atual do seu site, se você utiliza a sigla do seu país no final da URL.

Apesar de ser a estrutura mais comum quando se está começando um site, o cenário muda quando falamos de expansão internacional. Por exigir uma estrutura completa para cada um dos sites, usar ccTLD na expansão internacional da empresa pode ser muito custoso e pouco produtivo.

Anteriormente mencionei que, sabendo todos os países que fazem parte da expansão, é possível verificar a disponibilidade de ccTLD para todos eles. Assim, você consegue manter uma estrutura perene, um ponto essencial para a expansão internacional.

Outro problema aqui é que, para o Google, cada domínio terá sua própria autoridade. Isso significa que a autoridade que você construiu até hoje para o seu site não será compartilhada com os domínios novos. Você vai precisar de uma forte estratégia de link building para correr atrás do prejuízo.

Apesar disso, essa estrutura de site é a que apresenta os sinais geográficos mais fortes para o Google, que identifica automaticamente o país-foco do site. Essa estrutura de site também pode fazer a diferença para o usuário, que pode se identificar mais com um site que obviamente foi criado para o seu país.

Um exemplo de empresa que usa essa estrutura de sites é a Chevrolet:

PaísSite
Estados Unidoshttps://www.chevrolet.com
Brasilhttps://www.chevrolet.com.br
Colômbiahttps://www.chevrolet.com.co
Méxicohttps://www.chevrolet.com.mx
Reino Unidohttps://www.chevrolet.co.uk
Chinahttps://www.chevrolet.com.cn

Veredito

ccTLD é a melhor opção se a expansão internacional é um caminho sem volta para a empresa, com os países já definidos em um cenário longo-prazo e disponibilidade de um padrão nos domínios (olhe novamente o exemplo da Chevrolet).

Também é essencial aqui uma boa verba destinada para essa estrutura, além de equipe dedicada e uma boa estratégia de link building (ou uma marca muito forte).

Por esses motivos, é uma opção escolhida geralmente por grandes multinacionais, com largos orçamentos e uma marca global.

Subdiretório (www.rdstation.com/es)

Incluir um subdiretório logo após o domínio é a opção mais escolhida das empresas em um cenário de expansão internacional, inclusive é a que escolhemos para a RD. Mas por quê?

O primeiro ponto a favor dessa estrutura é a autoridade do domínio. Como o domínio não muda, sua autoridade se mantém. Na prática isso significa que você já entra em outros países com pontos a favor. Mas isso não exclui a necessidade de receber links de outros sites, principalmente do país ou idioma que você quer explorar.

Outra vantagem desse tipo de estrutura é que os custos de aplicação e manutenção são bem inferiores a uma estrutura ccTLD. Aqui estamos falando de apenas um site, um domínio e uma hospedagem. Inclusive se o seu site é em WordPress, a divisão fica ainda mais fácil, com vários plugins incríveis para isso, como o Polylang.

Outra possibilidade que não tínhamos com ccTLD é a segmentação somente por idioma, e não por país, caso a estratégia de expansão internacional da sua empresa seja essa. Enquanto um site .com.es determina para o Google e para os usuários que é dedicado para a Espanha, um site .com/es/ pode ser tanto dedicado para a Espanha quanto para o idioma espanhol.

Porém, se com ccTLD estava claro para o Google e para os usuários a segmentação do site, com o subdiretório isso já não fica tão claro. A possibilidade de ser uma indicação de país, de idioma ou mesmo ser só uma pasta do site que não significa nada disso, pode dificultar um bom posicionamento no Google.

Se o uso de subdiretório for para indicação de país, algo que pode ajudar ao Google entender essa segmentação é fazer a indicação de geo-localização dentro do Google Search Console (no caso de ccTLD o Google já marca isso automaticamente, por entender a segmentação geográfica pela própria estrutura do domínio).

segmentação internacional

Outro ponto negativo de uma estrutura com subdiretórios é que não é possível usar servidores locais, algo que atualmente não impacta tanto no posicionamento orgânico como outros fatores, mas, mesmo assim, não seria uma possibilidade nesse caso.

Além da RD, um outro exemplo de empresa que usa essa estrutura de sites é a Apple:

PaísSite
Estados Unidoshttps://www.apple.com
Brasilhttps://www.apple.com/br/
Colômbiahttps://www.apple.com/co/
Méxicohttps://www.apple.com/mx/
Reino Unidohttps://www.apple.com/uk/
Chinahttps://www.apple.com/cn/

Veredito

Por manter a autoridade do domínio, ser fácil de configurar e não exigir um orçamento muito alto, a estrutura de domínios usando subdiretórios é uma das mais indicadas para as empresas em expansão internacional.

Falando de posicionamento orgânico, uma estratégia por idioma pode dificultar o posicionamento nos países, já que é uma estrutura de domínios com baixos sinais de geolocalização. Além disso, como não está definida para um país específico, não é possível indicar a segmentação geográfica no Search Console.

Subdomínio (br.wordpress.org)

Podemos dizer que subdomínios compartilham de algumas vantagens e desvantagens de subdiretórios e de ccTLD.

Como os subdiretórios, os subdomínios também são fáceis de configurar, podem ter a segmentação definida dentro do Google Search Console e também servem tanto para idioma quanto para país. Por outro lado, passam fracos sinais de segmentação geográfica para o Google.

E como ccTLD, os subdomínios são melhores para separar as estruturas dos sites e usar servidores locais, mas também exigem um pouco mais de recursos e estrutura (embora não tanto quanto ccTLD) e muito provavelmente não vai compartilhar da autoridade do domínio geral.

Apesar de estar claro que a estrutura faz parte do mesmo domínio para as pessoas, o Google não vê da mesma forma. Essa informação ainda é nebulosa e as opiniões divergem entre os profissionais, mas o fato é que, para o Google, resultadosdigitais.com.br não tem a mesma autoridade que materiais.resultadosdigitais.com.br.

Um exemplo de site que usa subdomínios é o próprio WordPress:

PaísSite
Estados Unidoshttps://wordpress.org
Brasilhttps://br.wordpress.org
Colômbiahttps://es-co.wordpress.org
Méxicohttps://es-mx.wordpress.org
Reino Unidohttps://en-gb.wordpress.org
Chinahttps://cn.wordpress.org

Veredito

Podemos dizer que os subdomínios são um meio termo aqui. O que pesa contra essa estrutura é a grande probabilidade de não receber autoridade do domínio principal e ao mesmo tempo passar fracos sinais de geolocalização.

É a opção menos usada (tanto que foi difícil encontrar exemplos), mas é uma opção se existe a necessidade de separar a estrutura dos sites e, ao mesmo tempo, não se tem recursos suficientes para usar ccTLD.

E parâmetros na URL? (site.com/content?hl=pt-BR)

Não use.

Não sou eu quem está falando, é o Google. Não há nenhuma vantagem e ainda dificulta a segmentação baseada em URL, os usuários podem não reconhecer a localização e a segmentação geográfica no Search Console não é possível.

Conclusão

Como você pode ver, escolher a estrutura de domínios no momento de expansão internacional vai muito além do SEO: é preciso entender a estratégia, a estrutura e todas as possibilidades, para aí sim chegar na definição.

No fim das contas, você precisa levar em consideração vários fatores além de SEO, como verba para o projeto, estrutura de TI, estratégia de expansão. Tendo todas as informações, fica mais fácil definir essa estrutura.

E independente da estrutura de domínios que seu site vai ter, uma coisa será essencial: o uso de tags Hreflang para indicar para o Google as versões do conteúdo para diferentes idiomas e países.

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Ewerton Silva

Ewerton Silva

Quem escreveu este post

Especialista em SEO, é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade do Vale do Itajaí e trabalha com Marketing Digital desde 2011. Com frequência palestra sobre SEO e Marketing Digital e é instrutor do curso de SEO na RD University.

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