Denise Fraga discute o poder da gentileza em tempos de internet no #RDSummit2019

“Uma investigadora de humanos” é como que Denise Fraga se apresenta ao iniciar sua palestra no RD Summit 2019.

Manoela Folador
Manoela Folador8 de novembro de 2019
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“Uma investigadora de humanos” é como que Denise Fraga se apresenta ao iniciar sua palestra no RD Summit 2019. Sua trajetória artística confirma essa definição: com passagens em TV, cinema, teatro, jornais e revistas, Denise já mostrou que seu verdadeiro talento é o de compreender pessoas.

É impossível falar dela sem se lembrar do “Retrato Falado”, um dos quadros de maior sucesso do programa Fantástico, apresentado por Denise. Nele, a atriz representava histórias inusitadas enviadas pelos telespectadores, divertindo a audiência aos domingos. Espontânea, Denise é quase uma personificação do tema da sua palestra: gentileza. 

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“A gente usa a dureza não como alternativa à nossa gentileza, mas como lei primeira, com medo de que, se formos gentis, seremos abusados. Aí, vivemos o pior de nós mesmos”

Quase como uma conversa informal,  Denise admite que tem inveja dos mais jovens. Não pela falta de rugas, mas pela adaptação à tecnologia. Como exemplo da dificuldade que sua geração tem com as novidades eletrônicas, ela cita sua experiência com um perfil no Facebook, que durou apenas 3 dias. 

Apesar das dificuldades, ela acredita que todos estamos sendo remodelados pela tecnologia. No nosso comportamento, ela enxerga as redes sociais e os smartphones cada vez mais modernos como um convite ao isolamento, que nos fazem passar a maior parte dos nossos dias atrás de telas. 

Denise comenta que vê esse isolamento como uma tendência, que também se exemplifica na crescente oferta de apartamentos para solteiros, porções de comida individuais e o envio de mensagens por áudio -  afinal, se queremos ouvir vozes, por que não fazer uma ligação? Talvez porque o monólogo controlado nos atrai mais.

Tudo mudou, mas sabe o que não muda quando tudo muda? O homem. Ainda não conseguimos nos livrar do ser humano.

Falando sobre a remodelação do nosso comportamento, Denise Fraga pondera: pode até ser uma boa adaptação para usar melhor os recursos disponíveis, mas será mesmo que a nossa evolução será ficar atrás de uma tela?

Além do aumento de iniciativas para o “eu” (e não tantas para o “nós”), o que também cresce é a ansiedade, a angústia, a sensação de que nos falta algo por dentro. A atriz relembra que são os sentimentos, emoções e sensações que nos mantêm humanos, e que eles afloram quando a vida atrás das telas não é suficiente para a nossa natureza gregária.

“Mãe, por que você é falsa com o garçom?”

O ser humano tem, por natureza, a necessidade de conviver em grupo. E, ainda que as redes sociais nos permitam ter milhares de amigos, seguidores e conexões, nunca estivemos tão solitários. 

O filho de Denise, quando criança, perguntou à mãe por que ela era falsa com os garçons, por falar com eles usando um tom de voz mais ameno, usando todos os “por favores” e “obrigados”. Ela pontua que, na nossa realidade, a gentileza é como um verniz necessário, uma camada que torna a convivência agradável e nos ajuda a fazer outras pessoas felizes. 

É com esse episódio que Denise nos mostra que perdemos tanto a capacidade de sermos gentis, que educação soa artificial. 

“Eu acho que o alfabeto humano está sendo roubado de nós”

Com a cabeça baixa e os olhos vidrados na tela, é cada vez mais difícil reconhecer os pequenos códigos humanos: um olhar, a mudança de tom de voz, a postura. A velocidade com que as coisas acontecem virtualmente nos tornou impacientes com o mundo físico, com as pessoas e com a vida, por extensão.

Para Denise, a internet pode ser um show de opiniões para poucos fatos, muita retórica para pouca vivência. Por isso, ela propõe um exercício de retorno, uma volta àquilo que nos torna humanos. 

Cada vez que receber um “bom dia”, Denise recomenda responder “para você também”. Afinal, a expressão, em seu sentido original, é um desejo de que o outro tenha um bom dia. Nada mais justo que responder à altura. 

A comunicação é um exercício de empatia, de aperfeiçoamento da nossa capacidade de reconhecimento do outro. Com sabedoria, Denise pontua que ainda não existe um emoji para o silêncio: seremos obrigados a reaprender o prazer de nos conectar, olho no olho. 

Manoela Folador

Manoela Folador

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Marketing Analyst na Resultados Digitais

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