O Mês do Orgulho LGBTQIA+ acabou. E agora, sobre o que vamos falar?

Trazer pessoas LGBTQIA+ para outras rodas de conversas que não sejam apenas sobre questões sociais ou de gênero virou necessidade e pré-requisito básico para discussões mais inovadoras e pensamentos fora do padrão

Rodrigo Azevedo
Rodrigo Azevedo7 de julho de 2020
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Imagine a seguinte cena: depois da morte do pai, um jovem herdeiro (homem, branco e de apenas 26 anos), assume a posição de CEO de uma das principais companhias de planos de saúde do Brasil e um patrimônio de 8 bilhões de reais em ações e investimentos.

Acredito que não seja difícil de imaginar esse contexto, certo? E se eu te disser que esse mesmo jovem, além de todas as características que citei anteriormente, também é gay e casado? Você ficaria surpreso?

Essa é a história do Pedro de Godoy Bueno, que há alguns anos assumiu o controle da Amil, empresa brasileira de assistência médica, após seu pai morrer de um ataque fulminante enquanto jogava uma partida de tênis. Você deve estar se perguntando: “beleza, mas onde você quer chegar com todo esse contexto?”

Calma, que eu vou explicar!

Acabamos de sair de junho, o Mês do Orgulho LGBTQIA+. Durante os últimos 30 dias, pudemos ver empresas e produtores de conteúdos darem visibilidade para que inúmeros profissionais da nossa comunidade defendessem e falassem sobre a causa. E isso é ótimo!

Contudo, existe uma tendência no mercado que limita profissionais LGBTQIA+ a falar somente sobre questões sociais e de gênero. Assim, se esquecem que existe vida além da militância e que essas mesmas pessoas também são plenamente capazes de falar sobre marketing, vendas, business, gestão e vários outros assuntos.

Neste post, eu vou explicar como continuar trabalhando a diversidade e a inclusão na sua rotina, sem diretamente abordar essas questões. Ficou curioso? Então, continua a leitura até o final e não esquece de deixar seus comentários para enriquecer ainda mais a nossa discussão!

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Uma forma diferente de abordar a diversidade

Trocadilhos à parte, falar sobre questões de gênero pode ser bastante complexo e delicado, mas essa não é a única forma de você trabalhar a diversidade em seus conteúdos. O simples fato de você trazer pessoas com backgrounds e experiências diversas para falar sobre determinado tema já é uma alternativa para ser mais inclusivo.

Isso vale para qualquer assunto, esteja ele relacionado ou não com a temática LGBTQIA+. Separei um checklist com três ações práticas para você começar aplicar os conceitos que irei apresentar:

Seja intencional

Uma vez que entendemos que a bagagem da realidade de uma pessoa de fora da hetero-cis-normatividade pode trazer uma perspectiva diferente para as discussões, abrimos novas possibilidades de ações. Elas não necessariamente estão relacionadas com as questões sociais e/ou de gênero que aquela pessoa possui.

Nesse sentido, a busca por ter mais pessoas diversas em nossas rodas de conversa passa a ser intencional, como um pré-requisito básico para a construção de pensamentos mais inovadores e fora do padrão.

Por exemplo: os desafios que uma mulher empreendedora, lésbica e negra teve que superar para conquistar o sucesso são completamente diferentes dos desafios de um empreendedor homem, hétero e branco.

Isso não significa que as ações tomadas pela mulher (lésbica e negra) empreendedora não possam servir de boas práticas para pessoas que estão começando a empreender. Pelo contrário: a condição dela permitiu o desenvolvimento de habilidades que a gente dificilmente iria encontrar dentro de uma roda de conversa formada majoritariamente por pessoas hétero-cis-normativas, fazendo com que a fala dela agregue muito mais valor à discussão.

Desconstrua estereótipos

Todos os dias somos condicionados a ver estereótipos que nos limitam a olhar para o que é diverso e enxergar somente uma única coisa. É comum vermos gays atuando como cabeleireiros ou sendo alívio cômico em produções de TV, por exemplo.

Isso cria uma falsa sensação de que aquela é a única possibilidade possível para os membros da comunidade LGBTQIA+. O mesmo acontece com pessoas negras, que na maioria das vezes são retratadas como zeladoras, domésticas ou seguranças - e isso precisa mudar!

Ao evidenciar e priorizar a fala das minorias em assuntos diferentes do que estamos acostumados a ver (como business, gestão, marketing, vendas, etc), você contribui para uma desconstrução desse estereótipo dentro e fora do meio profissional.

Isso porque se torna claro que existem outras possibilidades para a nossa comunidade além daquelas que estamos acostumados a ver na grande mídia. O impacto disso na vida de jovens e crianças pode ser transformador.

Dê o primeiro passo

Ter em mente que o mínimo que você fizer já é mais do que muita gente faz é um bom ponto de partida para destravar algumas das iniciativas que citei ao longo deste texto. Nos condicionar a olhar para o diverso é uma mudança de hábito e leva tempo. Por isso, é super normal que você passe por tentativas e erros!

Contudo, é importante deixar claro que, enquanto você está no processo de desconstrução, pessoas reais aqui fora estão perdendo oportunidades, sofrendo com o preconceito e sendo vítimas de uma sociedade pouco inclusiva. Pensar nisso e entender que você pode ser um fator de mudança dessa realidade pode contribuir para uma aceleração no seu processo.

Denis Braguini Bevacqua no RD Rummit 2019 - Foto: Caio Graça

Vamos conversar?

Pessoas LGBTQIA+ também podem ser especialistas em diversos assuntos e continuam disponíveis para serem convidadas a falar sobre eles, para além do mês do orgulho.

Ser intencional sobre esses convites contribui para trazer mais diversidade para outras pautas relevantes que costumamos abordar e estudar no nosso dia a dia. Além disso, ajuda a torná-las representativas para a sociedade em geral.

Para finalizar, deixo claro aqui que sou gay, e uma das coisas que mais amo fazer (além de falar sobre diversidade e inclusão) é trocar figurinhas sobre desenvolvimento pessoal e profissional, capacitação corporativa e estratégias para canais. Então, se quiser um dia bater um papo sobre esses temas, pode me procurar no LinkedIn! :)

Rodrigo Azevedo

Rodrigo Azevedo

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